Seria um The Walking Dead das formigas???
O parasitismo não é um fenômeno
muito raro. Em geral, ocorre quando um dos organismos, chamado de parasita,
vive às custas de um outro organismo, chamado hospedeiro. Parasitas que vivem
na superície ou exterior do do hospedeiro são chamados ectoparasitas; aqueles
que vivem no interior, endoparasitas. O parasitismo pode variar em grau, isto
é, há desde formas quase inócuas até as que causam a morte do hospedeiro.
Diferentemente do mutualismo,
onde ambos organismos são beneficiados, o parasitismo sempre é um jogo
desbalanceado.
O fungo Ophiocordyceps unilateralis, tal como um fungo, vive como um fungo
e apresenta a forma de um fungo, mas apresenta estratégias realmente muito
“estranhas”: ele transforma formigas em zumbis! Isso mesmo. O fungo em questão
não só é um parasita, como também manipula seu hospedeiro.
Quando os esporos do fungo, de
alguma forma, entram no organismo de uma formiga, atacam em volta das fibras
musculares e do cérebro da hospedeira, fazendo-a andar desordenadamente, em
círculos ou até mesmo ter convulsões. Após algum tempo cambaleando, a formiga
morde uma folha e fica presa ali, até morrer. Depois de alguns dias, como nos
filmes de ficção científica, a cabeça da formiga é rompida, dando origem a uma
massa de filamentos conhecida como micélio, ou hifas.
Durante todo o processo, as hifas
alimentam-se do cérebro da formiga, que agora já está morta. Para aumentar a
capacidade de disseminação de esporos, os fungos ainda produzem esporóforos –
estruturas que elevam-se sobre o plano do micélio, onde são produzidos os
esporos. Depois que o “broto” está plenamente formado, novos esporos são
liberados no ambiente, reiniciando o ciclo de parasitismo.
O
parasita do parasita
Para completar o ciclo de
oportunismo, ainda existe um fungo que ataca o fungo que transforma as formigas
em zumbis. “A biologia é mais estranha do que a ficção, o parasita do
causador das formigas-zumbis é também um fungo”, diz David Hughes, da
Universidade da Pensilvânia e condutor do estudo.
O parasita
secundário, ao entrar em contato com o hospedeiro infectado pelo Ophiocordyceps unilateralis,
impede que o fungo que transforma as formigas se reproduza, pois passam a
limitar a produção de esporos e as hifas. “Os parasitas efetivamente
castram os fungos responsáveis pela transformação de formigas em zumbis”, diz
Hughes. Mas, isso não significa que a formiga infectada se
salvará. A pesquisa também relata o aspecto dinâmico que ocorre entre as
três espécies.
Veja mais no vídeo:
Um beijo e um queijo!
Prof. Camila Matos